Norton – Linha completa de ferramentas abrasivas garante liderança no segmento
A Norton, que comemora seu 130º ano no mundo em 2015, fixou-se em São Paulo ainda na década de 1960 para vir a se tornar referência no segmento de ferramentas abrasivas. Tal sucesso foi impulsionado pela compra da empresa norte-americana pelo Grupo francês Saint-Gobain, hoje presente em 60 países, que agrega seu know-how acumulado por quase 350 anos à marca desde 1990.
“A nossa filosofia para isso é assim: se tem sinergia para o nosso processo, então nos interessa para oferecermos uma solução completa”.
Quando os irmãos Meyers, judeus fugindo da guerra, se estabeleceram em São Paulo, provavelmente não poderiam imaginar que a fábrica de lixas que construíram no país que lhes abrigara faria parte um grupo com, hoje, quase 350 anos de história. Foi em meados da década de 1960 que a norte-americana fabricante de abrasivos Norton comprou a pequena indústria dos irmãos Meyers e se instalou no Brasil para se tornar líder no mercado de ferramentas abrasivas. Mas até aquele ano, nem a própria Norton (empresa americana que de cerâmica passou a produzir rebolos) pensava em fazer parte da gigante francesa Saint- -Gobain. Esta aquisição aconteceria somente na década de 90.
Referência mundial na fabricação, processamento e distribuição de ferramentas abrasivas, a Norton passou a integrar o Grupo em 1990. Desde então, tem fortalecido a marca no país. No Brasil, são sete unidades industriais localizadas em dois estados: São Paulo e Pernambuco. Em São Paulo, além das instalações de Guarulhos, onde fica a sede administrativa da empresa, também possui as fábricas de Caieiras, Jundiaí e Vinhedo; em Pernambuco, as unidades ficam nos municípios de Igarassu e Paulista.
A Saint-Gobain Abrasivos é a única no mundo que fabrica as quatro principais linhas de produtos abrasivos: lixas, rebolos, discos e superabrasivos. A empresa mantém no Brasil uma área voltada para o desenvolvimento de novos produtos que é referência mundial dentro do Grupo. Conta também com Centros de Excelência que se destinam à capacitação de profissionais e clientes nos processos de retificação, corte e desbaste e reparação automotiva. Comercializa, ainda, através da sua marca Norton as máquinas para corte Clipper, acessórios e equipamentos de proteção individual (EPIs), além de uma linha de produtos para reparação automotiva.
“Temos cinco unidades de negócios: as lixas, os rebolos, discos de corte, discos diamantados para construção, além de outros produtos para construção, e superabrasivos industriais”, explica o diretor comercial da América do Sul da Norton, Alexandre Brito.
Há ainda um sexto negócio de produtos não abrasivos. Nesta linha, alguns produtos são produzidos pela empresa, enquanto outros só levam a marca da mesma. “A nossa filosofia para isso é assim: se tem sinergia para o nosso processo, então nos interessa para oferecermos uma solução completa”, diz Brito.
Especialidades
A Norton, juntamente com as marcas Carborundum e Winter, que também integram a Saint-Gobain Abrasivos, conta com um portfólio de produtos com mais de 70 mil itens. Segundo Brito, muitos itens que compõem este portfólio foram feitos sob medida. “O abrasivo tem essa peculiaridade, o cliente que quer fazer uma peça especial requer um abrasivo especial para fazer aquela peça e nós produzimos o produto exatamente na medida”, conta.
Brito não pode falar sobre os números da empresa, em função da política de privacidade da companhia, mas garante que o segmento de lixas é o maior negócio. “Toda indústria, de madeira, chapas, MDF ou compensados, todas usam lixas industriais. No setor metalmecânico tem muita implicação tanto na construção, quanto na indústria”, conta.
Inovações Além dos produtos recém-lançados para a linha de construção civil (veja no box), a empresa vem investindo em um novo modelo de venda, o qual chama de PSP – Process Solution Program – um modelo baseado em vendas de uma solução completa. A ideia é fazer visitas que atendam melhor a necessidade do cliente. Mais que vender um produto, o novo processo adotado pela Norton é personalizado de acordo com a necessidade exclusiva daquele cliente, independente do grau de complexidade.
“Não que outras empresas não façam isso, mas fazer isso de maneira sistêmica é um método além do discurso”, diretor comercial da América do Sul da Norton, Alexandre Brito, sobre o PSP.
“Há uma filosofia por trás disso, nós desenhamos isso no nosso software de venda, onde o nosso vendedor ou técnico visita as empresas e tenta, nas entrevistas, se colocar no lugar do cliente […] para entender qual a necessidade dele em operações específicas. Com isso, ajudamos o cliente com um projeto que vai melhorar o custo dele e venderemos o nosso produto, é claro. Isso tem dado muito certo, é uma inovação”, comemora Brito.
O custo e a produtividade do processo de um cliente são definidos pelo uso de vários produtos. Em grande parte deles, produtos secundários podem interferir diretamente no desempenho do produto chave, como óleo lubrificante, rolamento da máquina, compressor entre outros. Por isso, dentro do pacote de soluções oferecido pela empresa está o Field Instrumentation System (FIS), um sistema que monitora os equipamentos dos clientes e otimiza a utilização dos abrasivos verificando todos os aspectos técnicos da operação.
“Com isso, conseguimos avaliar qual é o melhor abrasivo ou se o cliente precisa fazer alguma manutenção no equipamento. Caso contrário, o abrasivo pode não funcionar como deveria. Este tipo de equipamento ajuda a otimizar o processo”, explica Brito.
Outra solução oferecida pela empresa é o Sistema Integrado Saint- -Gobain de Soluções, desenvolvido no Brasil para atender a demanda local. “Gerencia todo o estoque do cliente à aplicação do produto; enfim, todos os parâmetros de utilização do produto são gerenciados por nós”, conta. Este sistema é utilizado pela Volkswagen desde a década de 1990.
Treinamento
A Saint-Gobain Abrasivos, que conta com cerca de 2 mil funcionários no país, possui quatro centros de excelência.
Eles estão distribuídos dentro das fábricas de Caieiras, voltado à construção; dois em Guarulhos, um voltado para a indústria e outro para o setor automotivo; e em Vinhedo, focado em rebolos industriais. Cerca de mil pessoas são treinadas mensalmente nos diversos programas oferecidos pela empresa. “O objetivo é treinar tanto nosso pessoal, quanto nossos clientes e melhorar a aplicação dos produtos”, fala Brito. A companhia também possui centros de pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo, e garante que em breve também haverá um no Brasil.
Ações ambientais
Atenta às questões ambientais, a Saint- -Gobain Abrasivos mantém estações de tratamento de água e gases industriais e faz a manutenção de sistemas de tratamento, segregação de resíduos sólidos, programas de reciclagem e incentivo às atividades de educação ambiental.
Segundo o diretor comercial, um dos seus mais bem sucedidos projetos ambientais é a Unidade de Recuperação de Grãos Abrasivos (Urga), uma solução desenvolvida na unidade de Lorena (SP) para dar tratamento adequado aos descartes gerados nos processos produtivos de todas as unidades industriais da empresa.
“A ideia principal da Urga é evitar a disposição de descartes de lixas, rebolos e discos de corte e desbaste em aterros industriais. Os materiais são enviados para a Urga e tratados para que haja a recuperação do grão abrasivo. O material reciclado tem várias aplicações. Ele é utilizado como matéria-prima, substituindo parte da necessidade de grãos novos, com importante ganho ambiental na eliminação de aterros industriais”, explica Brito.
A unidade de Guarulhos conta com uma estação de tratamento de efluentes, que é referência em todo o Brasil. Outras unidades utilizam projetos similares, que devolvem a água utilizada nos processos industriais à natureza sem acarretar prejuízos para o meio ambiente. Além das ações promovidas diretamente, a empresa também coordena atividades que envolvem os funcionários em uma cultura de preservação da natureza. Bons exemplos dessa preocupação são os programas de uso consciente da água e a implantação do Programa 5S em todas as unidades da empresa.
Últimos lançamentos
A linha de máquinas Norton com a marca Clipper acaba de ganhar quatro novos modelos para uso e aplicação na construção civil. Desenvolvidas com tecnologia que garante desempenho superior e capacidade de manobras diferenciadas nas mais diversificadas situações, as máquinas Clipper SC181, CP514, CT601 e CT901 podem ser transportadas para os canteiros de obra com facilidade. Pesam entre 6,5 kg e 75 kg.
Máquina precisa e rápida, a Clipper SC181 é utilizada na abertura de canaletas para as implantações, por exemplo, de redes elétricas e encanamentos. Vem com dois discos diamantados de 180mm e com motor de 1,8 kW capaz de realizar cortes de 60mm de profundidade e 45mm de largura com facilidade. A SC181 conta com rodas frontais, que possibilitam a execução de cortes amplos, e com punhos ergonômicos. Pesa 6,5kg.
Para cortes manuais de vigas de concreto, paredes, juntas de dilatação, blocos e trabalhos de remoção que necessitam de equipamento robusto e ágil, a Norton está lançando a Clipper CP514, que se caracteriza por proporcionar início de operação fácil e rápido com controle de corte perfeito. Com potência de motor de 4,0 kW/5HP, a CP514 trabalha com óleo e gasolina, o que gera economia. O sistema automaticamente realiza a mistura que resulta em eficiência máxima e evita danos no motor. Pesa 10,5kg.
Especiais para acabamentos, as alisadoras de piso para concreto Clipper estão disponíveis nos modelos CT601, para uso em pequenas superfícies até 24”, e CT901 até 36”, para áreas com dimensões maiores.
As máquinas Clipper atendem à Portaria nº 43 da Secretaria de Inspeção do Trabalho e Diretoria do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, que proíbe o processo de corte e acabamento a seco de rochas ornamentais. As máquinas e ferramentas utilizadas nesses processos devem ser dotadas de sistema de refrigeração capaz de eliminar a geração de poeira decorrente de sua aplicação, bem como ficam proibidas adaptações de máquinas e ferramentas elétricas que não tenham sido projetadas para sistemas refrigerados.
Todas as unidades possuem a coleta seletiva implantada, com lixeiras identificadas e dispostas em vários locais. A empresa também conta com uma política de tratamento de resíduos. Nesta atividade, os resíduos são segregados no local de geração, reduzindo a quantidade de materiais que são encaminhados para aterros industriais. Outro programa da empresa contempla o tratamento de resíduos gasosos. A Saint- -Gobain Abrasivos conta com um sistema de lavagem de gases exclusivo no Brasil. Essa técnica é aplicada na fábrica de lixas de Guarulhos.
História centenária
Toda tecnologia encontrada hoje no portfólio de produtos Norton tem origem na sua criação, quando os amigos Franklin B. Norton e Frederick Honcack Nasce fundaram em Worcester, Massachussets (EUA), uma pequena cerâmica, que pouco tempo depois passou a produzir rebolos – hoje um dos carros-chefe das muitas linhas produzidas pela Norton. Ainda no século XIX, mais especificamente em 1885, um grupo de empreendedores que enxergou no negócio um grande potencial de crescimento adquiriu a seção de Rebolos de Polimento da Companhia Norton e criou, então, a Norton Rebolos para Esmeril.
No Brasil, a Norton chegou em meados do século XX. Em 25 de fevereiro de 1957 incorporou a empresa Abrasivos Irmãos Meyer & Cia, uma pequena indústria de lixas, com sede em Guarulhos (SP), local que abriga hoje, além de uma das suas unidades industriais, a sede da empresa. Após a aquisição, a empresa passou a chamar Norton do Brasil S.A. Indústria e Comércio e em 1968 mudou para Norton S/A Indústria e Comércio. Em 1990, o grupo francês Saint-Gobain adquiriu a Norton Company e assumiu o controle mundial da marca.
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