Não basta ser belo para ser feliz
Certa vez li que é preciso deixar que a vida nos despenteie, pois em quase tudo o que nos dá mais prazer acabamos por desalinhar os cabelos e, se não o temos, ao mínimo, desalinhamos a rígida compostura. De todos os sentidos, é provável que aquele que nos exerça maior fascínio seja a visão. Quem é esse que não se deixaria arrebatar pela encarnação da beleza física? Tome por exemplo uma Angelina Jolie ou um Brad Pitt. Quanto equilíbrio não é necessário para se evitar o encantamento que nos impõe a forma física?
A beleza que mais seduz é aquela que se pode apreciar com os olhos, tocar com as mãos e provar com os lábios. Muitos são os que por ela se anulam ou se escravizam. Contudo, entre todas as belezas, essa é aquela que, talvez por ciúmes, o tempo é mais impiedoso. Eis aí um bom motivo para se investir também na beleza interior, pois embora menos tangível aos olhos – é verdade – contra ela o tempo nada pode. Creio que era por isso que, na Grécia antiga, ambas as belezas eram tão cultuadas e aqueles homens ou mulheres, que mutuamente as possuíssem, reservavam-se os títulos de deuses. A beleza sem inteligência é inconsequente. A inteligência sem beleza é, por vezes, falta de zelo! A beleza física, por si só, nem sempre é suficiente para fazer alguém feliz, mas a beleza interior quase sempre o é! Beleza física é uma consequência genética e, portanto, não disponível a todos os que a ela tanto desejam, já a beleza interior pode ser construída em qualquer corpo, alto ou baixo, gordo ou magro, loiro ou moreno, branco ou negro, pois se origina na sabedoria que se processa no cérebro. Para tanto, depende-se, basicamente, do quanto se investe na busca do saber. Uma pessoa bonita e sábia torna-se irresistível, mas para alguém desprovido de beleza física que não seja – ao menos em certo grau – sábio, a vida terá pouco sabor. Nos relacionamentos, enquanto a beleza física garante a quantidade, a beleza interior garante a qualidade.
De modo geral, ou pelo menos, a maioria das pessoas deseja a beleza física na cama, entretanto não se sentem tão seguros em tê-la no altar. A beleza interior é certeza de boa companhia em todas as circunstâncias, tanto na aurora, quanto ao meio do dia. Nas horas de maior aflição, como no pôr do sol da vida, quando se vislumbra a escuridão eterna, a beleza física será de pouca serventia, porém a beleza interior é companheira inseparável; servirá de luz a livrar teu pé do tropeço. Quem me ensinou tudo isso? Os filósofos feios!
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A beleza física é uma caminho complexo, pois poderá anular e escravizar os sentidos e por si só, nem sempre é suficiente para fazer alguém feliz.. Com ela o tempo será mais impiedoso para apreciar com os olhos e, se desprovida de inteligência poderá se tornar inconsequente. Já a beleza interior, menos tangível ao olhar, é verdade, contra ela o tempo não pode e poderemos encontrá-la em qualquer corpo, pois se origina na sabedoria que se processa no cérebro e depende, básicamnte, do quanto se investe na busca do saber. Assim, uma pessoa bonita e sábia, torna-se irresistível mas para alguém desprovido de beleza física que não seja – ao menos de certo grau – sábio, a vida terá pouco sabor. Nos relacionamento enquanto a beleza física garante a quantidade, a beleza interior garante a qualidade. A beleza interior é certeza de boa companhia em todas as circunstâncias, tanto na aurora quanto ao meio do dia. Nas horas de mais aflição, como no por do sol da vida, a beleza física será de pouca serventia.