A vida e o seu oposto!
Li, certa vez, que o oposto da vida não é a morte, mas o medo. O medo de arriscar, o medo de ousar, o medo de parecer ridículo, o medo de tomar para si o que, por merecimento, não nos caiba. O medo de perder, o medo de falhar, o medo de ser julgado, o medo de ser condenado pelos homens ou, pior ainda, por Deus.
Quantos líderes, atores, músicos, pintores, dançarinos, escritores, cientistas, gênios em potencial, quantos êxitos e prazeres não são sufocados em seu próprio nascedouro pelo medo que temos de transgredir a linha tênue do equilíbrio entre o desejo e a responsabilidade, entre a genialidade e a loucura, entre o respeito e a covardia, entre a realidade e o conformismo, ainda que não tenhamos certeza de que nosso juízo de valor esteja, de fato, alinhado com o que poderia ser tomado por realidade?
É muito difícil abrir mão do orgulho pessoal, consolidado ao longo de anos, em favor de um sonho que tememos ser apenas uma ilusão, ainda que tal orgulho esteja abaixo de nossas reais possibilidades e aspirações mais íntimas.
Para compensar esta situação, nos contentamos com realizações virtuais, obtidas por intermédio de sensações paralelas, captadas por nossos sentimentos, quando nos colocamos na pele dos heróis que encontramos em livros, filmes e novelas e sobre os quais projetamos nossas frustrações e, por meio dos quais, alcançamos nossa temporária sensação de realização e liberdade. Um suspiro de prazer que, em geral, se esvai no cotidiano real e implacável de cada segunda-feira.
Conformamo-nos em seguir a trilha do razoável, pois este não costuma expor as entranhas das nossas ilusões e desejos mais íntimos e nem põe em risco a segurança que sentimos por estar entre uma maioria que pensa de igual maneira.
Se pudermos concordar com este pensamento, caberia, então, a cada um de nós, na medida em que evoluímos no conhecimento da nossa própria natureza, uma busca progressiva e contínua para efetuarmos a promoção daquilo que somos àquilo que temos plenas condições de ser.
Ocorre que esta busca pode incorrer em mudanças, apostas e novas escolhas, mais facilmente compreendidas, por aqueles que já sofreram a metamorfose imposta pelo inconformismo de quem acredita que só há uma vida para ser vivida e que, por esta razão, não se pode abrir mão de vivê-la plenamente.
Por este motivo, disponho-me a escrever nesta revista, como um apaixonado, um amante da liberdade, e o convido a fazer parte dessa viagem que é elevar-se até o ponto em que seja justo sermos chamados de Homo Sapiens.
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Muito bom este texto de vossa autoria. Chegou a mim em um momento decisivo de minha vida, onde sou compelido a escolhas que vão mudar minha vida e pessoas amadas que me cercam.
Esperando sempre que Deus em Jesus nos ilumine a mente em nossas escolhas.