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UPS mantém estratégia focada em emergentes e garante crescimento

“O posicionamento que a indústria tem que ter é: a UPS é um provedor logístico com a expertise para atender e para te ajudar, como um parceiro, a desenvolver novos mercados.”

Acompanhia global especialista em serviços de transporte e logística anunciou em fevereiro ter alcançado novos picos de faturamento, chegando ao quarto trimestre consecutivo em que excede as expectativas financeiras. Embora tenha enfrentado adversidades nas condições macroeconômicas em 2015, os resultados positivos no quarto trimestre do ano passado permitem uma previsão positiva para 2016. O lucro diluído por ação para o ano inteiro de 2016 é de US$ 5,70 a US$ 5,90, um aumento de 5% a 9% em relação aos resultados ajustados de 2015. Excluindo-se os créditos fiscais de 2015, a taxa de crescimento é de 7% a 11%, de acordo com o diretor financeiro da UPS, Richard Peretz.

A empresa entende que é necessário pensar micro para ser macro. Um exemplo disso é sua estratégia de investimento global em países emergentes, como o Brasil, que ganhou novas unidades em 2014. Em entrevista à revista Manufatura em Foco, o Air Product Manager – América do Sul – e porta-voz da empresa no Brasil, Fabio Acerbi, contou como a UPS se posiciona no mercado brasileiro e quais desafios enfrenta para continuar crescendo.

“Os principais executivos das pequenas e médias empresas pesquisadas concordam que a eficiência e o prazo de entrega dos produtos são vitais para o negócio de exportação deles.” Em entrevista à Manufatura em Foco, o executivo e porta-voz da United Parcel Service (mais conhecida por UPS) no Brasil, Fabio Acerbi cita pesquisa encomendada pela própria empresa para contextualizar as estratégias de mercado da UPS no país. A pesquisa em questão é The UPS Business Monitor™ Export Index Latin America (BMEI), divulgada em setembro de 2014 e conduzida por RGX Global Export Network.

O estudo verificou com as principais pequenas e médias empresas (PME) da América Latina as melhores práticas do segmento para exportação. O relatório revelou fatores importantes para o sucesso, incluindo a relevância da parceria com um provedor de logística multifuncional, a realização de pesquisas, o aproveitamento dos incentivos existentes e a implementação de preços competitivos. Os oito principais países pesquisados no estudo são Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, México, Panamá e Peru.

A pesquisa foi realizada durante um período em que a exportação já era anunciada como trunfo para fabricantes, uma vez que a crise já dava sinais de aproximação. A partir disso, os números falaram por si. Em 2015, aumentou 5,7% o número de empresas brasileiras exportadoras em relação a 2014, passando de 19.234 para 20.322. A previsão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é que esse número chegue a 22.300 neste ano. Nos últimos dez anos o recorde se deu em 2007, com um total de 20.889 empresas exportadoras. Desde então, esse número caiu gradativamente até 2014, quando apresentou nova crescente.

A balança comercial de fevereiro de 2016 apresentou crescimento de 4,6% em comparação com o mesmo mês em 2015. Isso interrompeu uma série de 17 meses de resultados negativos. O último crescimento das exportações havia sido registrado no comparativo agosto de 2014 com agosto de 2013. Segundo os dados divulgados em março pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do MDIC, as vendas de bens industrializados foram determinantes para o resultado. Ainda de acordo com a Secex, as exportações somadas de manufaturados e semimanufaturados cresceram 9,6% em relação a fevereiro de 2015.

“A principal estratégia da UPS no Brasil e na América Latina é prover soluções de logística, movimento de cargas e remessas expressas dentro das indústrias de manufatura, tecnologia e saúde”, diz Fabio Acerbi. Dessa forma, a marca vem focando suas estratégias em mercados emergentes e por aqui a aposta foi feita na movimentação de cargas de matérias- -primas e produtos.

Estratégias
O executivo conta que houve um “leve aquecimento na demanda de exportação no setor manufatureiro” nos últimos dois anos. “É uma situação em que o mercado doméstico colocou a necessidade para a indústria nacional”, afirma Acerbi. Para ele, agora o industrial brasileiro precisa “fazer a lição de casa” e aprender a desenvolver novos mercados e exportar de forma consistente. “Um exportador de primeira viagem está tendo que buscar parceiros de logística, ele está tendo que buscar diferenciais no mercado, inclusive, no mercado internacional. Ele está aprendendo, por exemplo, que um certificado de qualidade é um diferencial em outros mercados – isso também é um dado dessa pesquisa [BMEI] –, ele está percebendo que participar de feiras de negócios, estar próximo de câmeras comerciais, são canais para identificar mercado”, comenta.

O executivo reforça em diferentes momentos o que parece considerar peça estratégica para o sucesso da empresa: parceria. “O pequeno empresário tem como seu parceiro um operador de logística como a UPS, com ativos que podem ajudá- -lo, armazéns, pessoas, veículos, aviões, com a expertise que pode ajudar esse empresário a desenvolver seu negócio com um menor risco”, afirma Acerbi.

O executivo reforça que o empresário deve enxergar o prestador de logística como parceiro em seu negócio. “Ele precisa focar em desenvolver o mercado dele. A logística é a parte em que a UPS vai estar com ele, como parceiro, com todo o portfólio para atender esses clientes. […] Outra coisa muito importante de mencionar: a estrutura da UPS no Brasil e no mundo auxilia esse empresário a iniciar o seu negócio com o menor risco de investimento de capital. Por quê? Ele pode mover o seu inventário para os nossos armazéns, ele pode mover o seu inventário para lugares mais rápido sem a necessidade de contratar um armazém distribuidor, muitas vezes contratar pessoas no exterior etc.”, explica.

“Em momento de crise, muitas vezes cortar custos é investir em eficiência; não dá para reduzir custos buscando unicamente o corte de despesas. Podemos cortar custos buscando atingir seu objetivo de maneira mais eficiente.”

Expansão
Esse posicionamento corresponde ao foco da companhia em investir em mercados emergentes e na internacionalização da marca. Sediada em Atlanta, Estados Unidos, a UPS atende mais de 220 países e territórios no mundo todo. No Brasil, chegou em 1989, e mais recentemente, em 2014, finalizou o investimento de expansão, somando 17 filiais só no estado de São Paulo. No mesmo ano seu faturamento global foi de US$ 58,2 bilhões de dólares.

“Nós somos agora 28 filiais, aumentamos nossa cobertura em 78% do mercado doméstico. Nós alcançamos mais de duzentas cidades, adicionamos voos com nossas próprias aeronaves, que hoje atendem a região da América do Sul – nos países: Brasil, Chile, Argentina e Colômbia –, ligando esses países ao mundo através da nossa estrutura nos Estados Unidos. Então isso tem a ver com a nossa internacionalização, para estarmos à disposição do empresariado latino-americano e brasileiro, para que ele possa passar por esse desafio econômico usando a nossa expertise da melhor forma possível”, conta Acerbi.

A expansão no Brasil, finalizada em 2014, é um exemplo do investimento global da empresa em países emergentes. “Parte desse investimento foi para a criação de um time de soluções dentro do Brasil e da América Latina. Um grupo de soluções que visa a entender o que o cliente busca, analisar essa necessidade, a logística, pertinente àquele cliente e oferecer, portanto, a logística mais eficiente para ele”, explica.

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BNDES Exim Pré -embar que Empresa Inovadora

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou em fevereiro deste ano uma nova linha de financiamento à exportação. Trata-se do BNDES Exim Pré-Embarque Empresa Inovadora, destinado ao financiamento à exportação de bens de capital e de bens de consumo nacionais. A nova linha poderá também apoiar a exportação de serviços de Tecnologia da Informação desenvolvidos no Brasil. Esse financiamento é direcionado a empresas produtoras e exportadoras com faturamento anual de até R$ 300 milhões (micro empresas – MPMEs – e médias-grandes) que se adequem a critérios objetivos, tais como: já ter financiado a aquisição de um dos serviços tecnológicos no âmbito do Cartão BNDES; ter patente concedida ou pedido de patente válido; ter sido apoiada por programas e linhas do BNDES dedicados ao apoio à inovação, dentre outros. Com custo financeiro em Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 7,5% ao ano, e prazo de financiamento de até 36 meses, o BNDES Exim Pré-Embarque Empresa Inovadora é realizado por meio de instituições financeiras credenciadas (operação indireta). Para as MPMEs, a taxa de remuneração cobrada pelo BNDES é de 1,6% ao ano, e para as médias-grandes, de 2% ao ano. Sobre o custo final do financiamento também incide a remuneração do agente financeiro, negociada livremente entre as partes.

“A UPS não oferece uma solução se ela não estiver certa de que essa solução vai funcionar. A UPS cuida dos seus clientes como se fosse um negócio próprio.”

Para o executivo, a expertise em soluções de logística e transporte no âmbito global permite oferecer soluções que vão além das questões aduaneiras. “Em momento de crise, muitas vezes cortar custos é investir em eficiência; não dá para reduzir custos buscando unicamente o corte de despesas. Podemos cortar custos buscando atingir seu objetivo de maneira mais eficiente”, fala.

Mercado brasileiro
Desde o início das operações no Brasil, a UPS oferece basicamente o mesmo serviço, mas com o passar dos anos e a ampliação da cobertura do país foi possível, segundo Acerbi, conquistar um diferencial que permite o reconhecimento da marca em todo o território nacional. “É mais ou menos assim que a UPS se colocou, desde que ela veio para o mercado, em 1995, com uma marca própria, para oferecer ao mercado aquele portfólio atual”, diz Acerbi.

Para o executivo, tamanho sucesso se deve aos principais valores pregados pela empresa, entre eles a ética. “Clientes que fazem negócio com a gente sabem que estão lidando com uma empresa que vai tratar a sua mercadoria, o seu serviço, dentro de todos os padrões éticos de todos os mercados. […] A UPS não oferece uma solução se ela não estiver certa de que essa solução vai funcionar. A UPS cuida dos seus clientes como se fosse um negócio próprio”, declara o porta-voz da companhia.

Acerbi explica que, embora haja um mercado em expansão e consolidado no país, o Brasil oferece desafios distintos de muitos países. O mercado brasileiro é complexo e diversificado.

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“A UPS não oferece uma solução se ela não estiver certa de que essa solução vai funcionar. A UPS cuida dos seus clientes como se fosse um negócio próprio.” è CONTATOS “O tamanho geográfico desse país, e até a concentração de onde estão os negócios, intensifica essa diversidade logística e comercial. Tem países da América Latina, por exemplo, [em] que as exportações são fundamentadas em perecíveis. O México, por exemplo, é um país similar ao Brasil, tem um consumo americano preponderante”, contextualiza.

A complexidade geográfica e os encargos exigiram da empresa a adaptação a um mercado tão singular como o brasileiro. “A UPS precisou montar um portfólio de serviços de logística completo no Brasil para atender as necessidades das empresas brasileiras. Ela precisou até capitalizar suas ações. Você tem aí o crescimento da nossa presença em 2015 com mais centros operacionais, com novos armazéns, para atender e para dar a flexibilidade que a indústria necessita – seja flexibilidade por operações de armazenagem, de despacho, de transporte expresso, de transporte de carga aérea, marítima, rodoviária e assim por diante. Então, o mercado brasileiro exige isso e a UPS conseguiu, está conseguindo cada vez mais, com esse foco nos mercados emergentes, como é o caso do Brasil, investir e se posicionar frente a esse mercado”, finaliza Acerbi.



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